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Da Leitura à Escrita – à conversa com o escritor Fernando Branco
Decorreu, na Biblioteca da Escola Emídio Garcia, no dia 11 de março de 2020, a atividade «Da Leitura à Escrita: À conversa com o escritor Fernando Branco», integrada na «Semana da Leitura» e destinada aos alunos do Ensino Secundário.
Participaram as seguintes turmas: 10.º E, acompanhada pela professora de História da Cultura e das Artes, Céu Afonso; 11.º E/F, acompanhadas pela professora de Alemão, Esmeralda Caderno; 12.º C, acompanhada pelo Professor de português, Norberto Veiga; 12.º D, acompanhada pelo professor de Português, Fernando Branco.
Abriu a sessão a professora Bibliotecária, dando as boas-vindas a todos e apresentando o poeta e o apresentador.
Ato contínuo, o professor Norberto Veiga proferiu uma pequena alocução, escalpelizando a biobibliografia do autor, enfatizando o facto de Fernando Branco já ter publicado doze livros de poesia. De seguida, teceu algumas considerações sobre os temas e os motivos presentes na poética do autor, encerrando a sua apresentação com uma breve conclusão, onde realçou, uma vez mais, a qualidade poética da colossal obra de Fernando Branco.
O escritor começou por agradecer a apresentação do colega Norberto Veiga, afirmando que a mesma já tinha focado os pontos essenciais da sua poesia. Prosseguiu a sua palestra afirmando que iria ler alguns poemas escritos em estreita relação com as outras artes: pintura, música, arquitetura, cinema…
Antes da leitura de cada poema e da projeção da imagem do quadro ou da catedral, o autor contextualizou as circunstâncias que estiveram na origem da escritura do poema, desvendando o seu processo poético e cativando o interesse e a atenção dos alunos.
O professor de Português, Manuel Fernandes, tomou a palavra para salientar que é sempre bom ouvir os poemas pela voz do criador, pois ele, mais que outrem, conhece o real propósito com que as palavras foram selecionadas. Acrescentou, ainda, que o que pensa o autor não é relevante, mas sim o que as suas palavras dizem, no presente, aos leitores.
Uma das alunas de História da Cultura das Artes questionou o poeta sobre o seu ato criador, querendo saber como os poemas lhe surgiam. Fernando Branco respondeu que partia da inspiração, motivada pela observação de um quadro, uma fotografia, uma escultura ou um monumento, mas que depois passava vários dias a aprimorar e a reescrever o poema até à última versão, uma vez que um poema nunca está completamente terminado.
Norberto Veiga referiu que não é relevante o que o criador pensou no momento da escrita, mas sim o que o leitor descodifica. Acrescentou que são aceitáveis várias leituras, desde que legitimadas pelo poema, consistindo nisso a riqueza textual. Terminou incentivando os alunos a nunca desistirem e a ‘lutarem’ com o poema/texto até que se estabeleça entre ambos a comunicação. Referiu, por fim, que o texto se oferece sempre ao leitor, mas que este nem sempre tem a máscara adequada para estabelecer esse diálogo. Em resumo, o que muda é o estado de espírito/emoção do leitor (mais triste ou mais alegre) e isso determina a forma como, nesse momento, se encara o texto.
Antes de terminar, a professora Bibliotecária agradeceu a presença dos participantes na atividade, realçando a postura exemplar dos alunos.
Em síntese, foram noventa minutos que passaram a correr, onde todos ficamos mais enriquecidos e se promoveu a leitura da poesia, alimento que lenifica o espírito. Oxalá que as sementes, lançadas à terra, germinem e frutifiquem…
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