Livro do mês – fevereiro

O Diabo e as Cinzas - 3.º Ciclo

Esta obra é constituída por 13 contos baseados nas tradições brigantinas, em que história e ficção convivem em harmonia, dando a conhecer ao leitor a sua evolução. Aqui estão representadas as vivências de um povo que ciclicamente, por um período de três ou quatro dias, entrega o governo da comunidade nas mãos dos jovens, num rito iniciático reconhecido pela utilização das típicas máscaras ou caretos. António André Pinelo Tiza, natural de Varge (Bragança), é licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto. Defendeu a tese de doutoramento em Ciências Sociais pela Universidade de Valladolid, com a classificação de “Sobresaliente cum laude”. Foi professor do ensino básico, secundário e superior, estando atualmente aposentado. Publicou as seguintes obras, entre outras: A Magia das Máscaras Portuguesas, Contos e Lendas Transmontanos (com Alex Rodrigues), Simbologia Maçónica nos Rituais de Inverno, O Diabo e as Cinzas (contos), Máscara e Danças Rituais – Ritos Ibéricos do Solstício de Inverno, Inverno Mágico (2 vols.), Máscara Ibérica, Natal dos Caretos (banda desenhada), Os Reis dos Caretos (banda desenhada), Estudo Antropológico das Mascaradas de Zamora, Bragança e Douro (com Jesús Nuñez), Portugal e España – Vidas Paralelas (com Isidoro González). Participa em antologias e revistas com artigos sobre Etnografia e Educação: Brigantia, de Bragança; Tellus, de Vila Real; Jornal de Letras, de Lisboa; Stvdia Zamorensia, de Zamora, El Filandar/ O Fiadeiro, de Zamora, Amigos de Bragança, Jentilbaratz – Cuadernos de Folklore do País Basco, O SIL de Ourense, Boletim do Instituto de Estudios Zamoranos “Florián de Ocampo” de Zamora e outras. Tem vindo a produzir vários documentários audiovisuais (com a realização de Manuel Gardete) sobre a temática dos rituais festivos com máscaras e das danças de paus. É membro do PEN Clube Português, da Associação Portuguesa de Escritores, da Academia de Letras de Trás-os-Montes e sócio honorário da Academia de Artes e Letras de Bragança do Pará (Brasil). Desempenha as funções de Presidente da Direção da Academia Ibérica da Máscara.

Um Tempo a Fingir - Secundário

Toscana, Itália, 1937. O burgo de Pitigliano assenta, como um ninho de águia, no cume de um rochedo; mas nem a cidade, de túneis e catacumbas, escavada nos seus alicerces consegue abafar os segredos à superfície. É no aperto das suas muralhas que Annina Bemporad, uma judia rebelde, se despede da infância quando acorda a meio da noite com o estampido de um tiro. Se os estilhaços da tragédia acabam por atingi-la, será a partir de então que ambicionará os sonhos mais arrojados, seja na companhia de Cosimo - um rapaz disposto a dar a vida por ela -, de Alessia - a colega excêntrica que não parece encontrar um fato à sua medida, ou mesmo do enigmático Peppino, que monta espetáculos com o lixo que apanha nas ruas e a quem basta uma palavra para resgatar Annina aos seus momentos mais duros. Mas, se a beleza da rapariga gera paixões doentias e ódios desmesurados, nada faria supor que pudessem resultar num ato tão tresloucado. Restam-lhe, pois, o desejo de vingança e a queda para o fingimento para sobreviver no mundo virado do avesso em que se transformou a Itália de Mussolini, onde as Leis Raciais, que têm por alvo os judeus, anunciam a chegada dos nazis. João Pinto Coelho nasceu em Londres em 1967. Licenciou-se em Arquitetura em 1992 e viveu a maior parte da sua vida em Lisboa. Passou diversas temporadas nos Estados Unidos, onde chegou a trabalhar num teatro profissional perto de Nova Iorque e dos cenários que evoca neste romance. Em 2009 e 2011 integrou duas ações do Conselho da Europa que tiveram lugar em Auschwitz (Oswiécim), na Polónia, trabalhando de perto com diversos investigadores sobre o Holocausto. No mesmo período, concebeu e implementou o projeto Auschwitz in 1st Per-son/A Letter to Meir Berkovich, que juntou jovens portugueses e polacos e que o levou uma vez mais à Polónia, às ruas de Oswiécim e aos campos de concentração e extermínio. A esse propósito tem realizado diversas intervenções públicas, uma das quais, como orador, na conferência internacional Portugal e o Holocausto, que teve lugar na Fundação Calouste Gulbenkian. Em 2012 publica Perguntem a Sarah Gross, o seu primeiro romance. O seu romance seguinte Os Loucos da Rua Mazur foi o vencedor do prémio LeYa 2017, finalista do Prémio Literário Fernando Namora e semifinalista do Prémio Oceanos.